DAlila Teles Veras
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À JANELA DOS DIAS |
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Poesia na Janela – Em nova e bonita edição da Alpharrabio, Dalila Teles Veras reúne seus poemas – poesia quase toda, segundo o subtítulo – em À janela dos dias. Uma lírica variada, composta de pequenas e médias peças, algumas em prosa poética, mas cuidadosamente unificadas pelo tom da leveza e da qualidade. Foi o que me pareceu à primeira leitura, confirmado depois. Memórias, impressões do dia-a-dia (a cronista divide com a poeta a mesma janela), rasgos de imaginação solta na tarde e na madrugada, o social em cada esquina na curva do enjambemente. O livro confirma o talento desta grande escritora, da qual transcrevemos o poema “Inquietude”.
Joaquim
Branco, in Janelas de Leitura, Jornal Cataguases, 11.8.02
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Tenho um carinho especial pelo escritores que possuem qualquer ligação com o Piauí e nos seus trabalhos refletem isto, consciente ou inconscientemente, usando o dialeto piauiês, ou seja, aquele dialeto interno que são traços afetivos na linguagem. Dalila Teles Veras, portuguesa da Ilha da Madeira, Portugal, desde muito tempo habitante da Grande São Paulo, está neste caso. Casada com o também escritor Valdecírio Teles Veras, nascido no Piauí, a autora de “À Janela dos Dias”, Edições Alpharrabio, Santo André, SP, 2002, verte sangue piauiense por afinidade e por afetividade. E, assim, já se nota nela ligeira adesão à poética de H. Dobal, no poema “Forasteiros registros nordestinos” (pg. 87/94). Exemplo: “Conselho desprezado / Raimunda Retirana / a negrinha de cabelos de ata brava, apaixonou-se por Zé Raimundo / caboclo errado feito braguilha de vaqueiro / Encheu-se de filhos e pancadas / depois... arretirou-se”. Outra influência detectada – desconte-se Drummond, que é uma obrigação de todo poeta brasileiro nascido no século XX, e Dalila Teles Veras é uma poeta brasileira – é a de Murilo Mendes, portanto muito boa, pois que um poeta enorme, se bem que hoje bastante esquecido. Mas Dalila, trabalhadora do verbo e de suas funções, entre as quais mover e comover, vai abrindo caminho próprio a duras penas, um caminho difícil, entre urzes e espinhos, para que o seu depoimento do que viu e sentiu seja repassado de lirismo, um lirismo meio áspero (será herança do tempo de ilhoa, na Madeira?), talvez para ficar condizente com o meio e o mundo de drogas e homicídios, guerras e revoluções, industrialização e globalização desumanizadas. A inconformidade com tudo isto está em “Desvario” (pg. 16): “Ali, a fábrica / sirene histérica / engole criaturas-peças / em comunhão de rotinas. // Aqui, medulas curvas / madrugada diluída em cor / criatura a engolir criatura / em comunhão de desejos” Poetisa de inteligência e sensibilidade raras, seu mundo poético é vário, pois a tudo que é humano/desumano ela está receptiva, de antenas preparadas. Seu perfil pessoal/poético, se não me engano, como que um programa de vida/poesia ela traça nestes versos: “decoradas as regras do jogo / resta (sempre?) um resquício de medo (descabido?) / de perder o trem ou passar da estação // Saldo do patrimônio /: uma passagem permanente para a vida / sujeita a paradas e intempéries”, “Perfil”, pgs. 25. Na mesma linha, encontramos “Legado”, para mim um dos melhores poemas do livro, que, por ser curto, vai inteiro aqui: “ao mundo, as filhas e os livros / obra sempre (in)completa // ao vento, os restos / já sem poesia nenhuma.” Sua, não direi melhor, porém mais bem trabalhada poesia está nos poemas em prosa, onde, com Murilo Mendes, poderá dizer: “A palavra nasce-me / fere-me / mata/me / coisa/me / ressuscita-me” e de cuja parte do livro transcrevo “Clip” “?como ser sensual numa madrugada assim onde o silêncio / escondeu todos os gemidos e as paredes brancas do quarto / são tão isentas de apelos e sentidos? Ainda há o arrepio / tímido querendo despertar sentimentos O gesto impulsivo / de acariciar o dorso nu e chamar atenção para a pele cheirando a sabonete Phebo Não passou de um arrepio / Mais uma vez o desfecho foi deixado para as cenas do / próximo vídeo-cliP” (pg. 99). Parafraseando a própria autora, dizemos que aqui, “vingada, a ternura vestiu-se outra vez de ternura.” (pg. 109). Pós-moderna, ligada à geração dos anos 70/80 do século que findou, tempos duros de duração da ditadura, depois de adaptação às novas regras democráticas (em política), a sociedade se revolvendo em extremas contradições e o homem desesperadamente tentando encontrar-se nesse torvelinho, Dalila Teles Veras leva para sua obra muitos desses estigmas sociais. Poesia marca do seu tempo, porém marca de todos os tempos em virtude do vigor do verso, da consciência da palavra e da vigilância com o mundo. Valeu, Dalila, de 1982 a 2002 são vinte anos de dura guerrilha em busca do que há de mais genuinamente humano nas criaturas: a poesia e a beleza, que, não obstante a avassaladora cultura de massa, sempre e sempre se renovará para eternizar-se. Francisco Miguel de Moura, Diário do Povo, 16.5.2003, Teresina, PI |
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um
quase inverno a dalila teles veras captura papoulas poesia ardente a dançar um quase inverno palavra-paisagem madeira crava na fúria estradas e deuses aprisiona segredos-signos-símbolos e tormentas a palavra desperta a serpente urbe em cruz ilhada solo minado homens rabiscados formas e forças fragmentos janela dos dias dalila, agradeço o presente, a celebração da palavra, este pequeno poeta sem palavras para comentar este livro. Um forte e carinhoso abraços deste amigo/admirador... j. geraldo neres, Santo André, Sp |
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Obrigado pelo exemplar de “À janela dos dias – poesia quase toda” que comemora vários anos de intensa produção poética. Fiquei impressionado com os poemas em prosa contidos em “A palavraparte”. Que a poesia continue por aí. Abraços, Ricardo Corona, Curitiba, PR
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Projeto gráfico está perfeito. Os poemas são líricos e belíssimos. A culminância fica por conta dos poemas de circunstância. Ai você é demais. Batista de Lima, Fortaleza, CE. |
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Vinte
anos após a publicação de seu primeiro livro, a poetisa Dalila Teles
Veras comemora com lançamento do belo À janela dos dias – poesia quase
toda, pela Alpharrabio Edições. Segundo a autora, este livro representa
uma síntese de sua trajetória literária, onde procura reformular algumas
coisas que escreveu ao longo das duas últimas décadas. Francisco
Filardi, Jornal
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Acabo
de
A
Continue Dinovaldo Giglioli, Florianópolis, SC
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Percorri
as várias Faço
Fábio
Lucas,
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Muito
Anderson
Braga |
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Entrei
Roldan-Roldan,
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Inspirado
Nesta
Dalila
Teles Veras se Hugo
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Recebi
Elmar
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